O transporte de passageiros sobre trilhos no Brasil é responsável pelo deslocamento de 9,1 milhões de pessoas todos os dias. Os dados são da Associação Nacional dos Transportadores de Passageiros sobre Trilhos (ANPTrilhos), um dos órgãos que participou, na manhã desta terça-feira (29), do II Seminário Trens de Passageiros – uma necessidade que se impõe. O evento, promovido pela Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT), teve o objetivo de reunir estudos de viabilidade e manutenção no sistema ferroviário do país.
Na ocasião foi entregue o Relatório Trens de Passageiros, uma necessidade que se impõe. O documento é o produto do Grupo de Trabalho Trens de Passageiros (GTTP), criado para fazer diagnósticos a respeito do sistema ferroviário brasileiro. O grupo é dividido em seis subgrupos, cada um com a responsabilidade de avaliar as diversas áreas do sistema. As propostas vão ser encaminhadas ao Ministério dos Transportes.
“Em 40, 50 anos, nos tornamos de um pais rural em um pais urbano. Hoje, 87% da população brasileira vive nas cidades. A questão da mobilidade torna-se essencial para a viabilização da dinâmica econômica e social”, diz o Diretor de Planejamento da ANPTrilhos, Conrado Grava de Souza.
Entre os temas discutidos no seminário, foco para produção industrial brasileira. “A indústria nacional tem plenas condições de fabricar um trem barato e eficiente”, declarou Francisco Sávio, gerente comercial da empresa Bom Sinal, que fabrica trens no interior do Ceará. Para Paschoal de Mario, que apresentou painel sobre normas ténicas, esse investimento na indústria brasileira depende da obediência do governo em atender às normas existentes para o setor, como as padronizações de trilhos e veículos, por exemplo.
“É importante entendermos que nada isso funciona sem o subsídio do governo”, ressaltou o diretor geral da ANTT, Jorge Bastos. Para ele, investimentos exclusivamente privados não sustentam as necessidades do sistema metro ferroviário brasileiro. Parcerias e planos de investimento públicos são fundamentais. De acordo com os participantes do evento, a presidenta Dilma Rousseff já teria prometido a inclusão do tema no Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) 3, previsto para ser lançado em agosto.
Curiosidade
A bitola – distância entre as duas faces de um trilho férreo – pode ter vários tamanhos. No Brasil, a mais comum é a bitola de 1435 mm, que era a distância entre as ancas dos cavalos romanos que puxavam os carros de corrida. Esta foi a primeira norma técnica de que se tem notícia, e ditou a largura de estradas e rodovias ao redor do mundo.
Fonte: Agência CNT de Notícias