Os Metroviários (as) da concessionária CCR Metrô Bahia têm mais um chamamento para a Campanha Salarial 2021/2022, considerando a conjuntura internacional com a pandemia do novo coronavírus que afetou todos os países, aí incluso o Brasil, o capital, como não tem misericórdia, aproveita para retirar direitos e conquistas da classe trabalhadora.
Este ano, a campanha salarial foi híbrida, isto é, as primeiras reuniões foram presenciais e as últimas através de videoconferência, o que de certa forma prejudica o debate porque limita o tempo de atuação durante o processo negocial. Porém, o sindicato não poderia deixar de reconhecer a necessidade de discutir os pedidos contidos na pauta de reivindicações aprovada em assembleias gerais ordinárias.
Em um artigo brilhante do economista do DIEESE, José Álvaro de Lima Cardoso, intitulado “Escravidão moderna e seus guardiões”, analisa o período escravocrata no Brasil, onde existiam defensores desse cruel sistema: “a forma mais eficiente de dominação de uma classe social sobre as demais, se desenvolve quando as características da dominação pareçam “naturais”, absolutamente “normais””. Assim, os metroviários (as) devem, cada vez mais, buscar a consciência política na compreensão de que sua mão de obra está sendo paga de forma desigual quando comparado a outros trabalhadores (as) do mesmo grupo, de forma idêntica às condições de trabalho.
Para sair do obscurantismo, exige profunda reflexão do mundo do trabalho e o papel que tem o empregado (a) nesse contexto, partindo, principalmente, em entender que o sindicato é o único porto seguro que defende a ele, pois o trabalhador (a) não se arriscaria em fazer reclamações ou pedidos diretamente aos seus superiores, sob pena de ficarem marcados. O Sindicato faz tudo isso sem dar nomes dos prejudicados. Quando o trabalhador (a) recusa a sindicalizar-se a sua entidade de classe, para o patrão sinaliza que ele está satisfeito com os salários e as condições de trabalho, sobretudo, em tempo de pandemia. Para compreender e abrir os olhos da categoria, é necessário dizer que todos os benefícios recebidos foram frutos de luta, suor, sangue e resistência da classe trabalhadora nacional e internacional. Sindicalizar é um ato nobre, revolucionário e de extrema compreensão do que é viver em uma sociedade capitalista, explorada pelos patrões que detém a maioria da riqueza do país. Sindicalize já! A hora é agora!
O DIEESE – Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos ajuda o movimento sindical brasileiro ao ter uma referência de salário mínimo “necessário” para o trabalhador e sua família suprirem suas necessidades básicas, previstas pela Carta Magna em seu artigo 7º, inciso VI, que estabelece como um direito dos trabalhadores da cidade e do campo. Atualmente o salário mínimo necessário calculado pelo DIEESE é de R$ 4.892,75, o que corresponde a 4,68 vezes o salário mínimo vigente de R$ 1.045,00. O mínimo necessário para suprir as necessidades alimentares mensais de uma família de 4 pessoas (dois adultos e duas crianças).
Esta campanha salarial referente ao período de 01 de março de 2021 a 28 de fevereiro de 2022, visto que, a data-base da categoria é 1º de março, terá início com a aprovação da Pauta de Reivindicações 2021/2022, nas Assembleias Gerais Ordinárias que serão realizadas nos dias 09, 10 e 11 de dezembro de 2020, em todos os setores da empresa. Nesse período, a entidade sindical recepciona as reivindicações da base para elaboração do referido documento, para ser protocolizado na Companhia no dia 21/12/2020. A partir daí, a CCR Metrô Bahia tem 70 (setenta) dias, antes da data-base, para estudar a pauta e agendar a primeira reunião de negociação.
Será uma campanha salarial, ao que tudo indica, atípica, recheada de desafios, porém, com consciência, a categoria terá a certeza de que, ao final, será fechado um Acordo Coletivo de Trabalho que atenda os anseios dos metroviários. Que haja um equilíbrio das forças em disputa do capital e trabalho. Metroviários Mobilizados já !!