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Em audiência pública com deputados, sindicatos lutam para evitar demissão em massa de ferroviários

Em audiência pública realizada nesta terça-feira (10), na Assembleia Legislativa da Bahia, sindicalistas, representantes de entidades, prefeitos e deputados trataram sobre a Resolução nº 4.131, de 3 de julho de 2013, da Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT), que autoriza a Concessionária Ferrovia Centro-Atlântica (FCA) a proceder à desativação e  devolução de ferrovias.

A medida intempestiva deve provocar uma demissão em massa de cerca de 3.000 trabalhadores, contabilizando os empregos diretos e terceirizados, abrangendo os estados da Bahia, Sergipe, São Paulo, Rio de Janeiro e Belo Horizonte. Só a Bahia deve perder 1.300 postos de trabalho.

Durante o encontro promovido pela comissão de Infraestrutura, Desenvolvimento Econômico e Turismo da AL, o Superintendente de Infraestrutura e Serviços de Transporte Ferroviário de Cargas (Sufer) da ANTT, Jean Mafra, foi duramente criticado devido às contradições durante as suas explicações acerca da medida. Segundo ele, haverá audiências e chamamentos públicos antes do processo de devolução.

O deputado Joseildo Ramos (PT), criticou veementemente a forma como a resolução beneficiou a empresa FCA, que ao longo desses 17 anos degradou a ferrovia baiana. “A FCA sucateou a ferrovia e está devolvendo algo totalmente depredado. A resolução aponta R$ 874 milhões de indenização para a empresa pagar com investimentos fora do estado. Quantos centavos virão para refazer o mal que fizeram a Bahia?”, questionou.

Participante da mesa de comissão, o Coordenador Geral do Sindicato dos Ferroviários e Metroviários da Bahia e Sergipe (SINDIFERRO), Paulino Moura, fez o uso da palavra e reivindicou a elaboração de um documento que garanta os postos de trabalho dos ferroviários que laboram na FCA. “Precisamos de uma resolução complementar ou uma portaria que confirme que não haverá demissão em massa”, pediu Paulino Moura.

Já o Diretor Administrativo e Financeiro do SINDIFERRO, Manoel Cunha disparou denúncia contra a FCA. Segundo ele, a Companhia já iniciou o desmonte na Bahia e Sergipe, uma vez que extinguiu a sua estrutura gerencial da atual administração, subordinando todo trecho ferroviário ao interior de Minas Gerais. Cunha também mostrou preocupação com a competitividade futura da FCA/VLI, já que fica claramente evidenciado o fracasso de uma empresa controlada pela poderosa VALE, e o que pode repercutir no mercado financeiro.

No final da audiência, o deputado Herbet Barbosa (DEM), presidente da comissão, anunciou que será criada uma frente parlamentar em defesa da ferrovia baiana. Além disso, informou que todas as sugestões levantadas no encontro serão reunidas num documento que será encaminhado ao atual ministro dos transportes e ex – governador da Bahia, Cesar Borges.

Estiveram presentes os representantes da UNIDADE SINDICAL: Edna Bezerra (Sindicato dos Ferroviários de Belo Horizonte); Mário Ricardo e Vandir Silva (Sindicato dos Ferroviários da Zona Mogiana).

Além de Paulino Moura e Manoel Cunha, representaram o SINDIFERRO: Antonio Eduardo, Jurandyr Lima, Milton Ferreira, Antonio Rocha, Pedro França, Edvaldo Lisboa, Marinaldo Pereira, Fernando Teles e José Raimundo.



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