A Valec, estatal de engenharia ferroviária, registrou prejuízo de R$ 947,4 milhões em 2017, queda de 39% em relação à perda de 2016. A redução deveu-se principalmente ao recuo das despesas financeiras líquidas em 29%, para R$ 1,03 bilhão, em consequência de correções monetárias dos Adiamentos para Futuro Aumento de Capital (Afac) e de contingências trabalhistas. As despesas operacionais, por outro lado, subiram 28%, para R$ 430 milhões, por causa de provisões para contingências judiciais.
No ano passado, a receita da companhia foi de R$ 270,6 milhões, alta de 3,7%. A receita da Valec é composta pela subvenção governamental para custeio de R$ 258,7 milhões, além de rendimento de depósitos judiciais (R$ 9,6 milhões), receita de exploração ferroviária (R$ 133 mil) e arrendamentos (R$ 2,2 milhões).
As demonstrações contábeis da companhia tiveram ressalvas dos auditores por conta da Operação Recebedor, da Polícia Federal, que investiga valores supostamente superfaturados nas obras da Ferrovia Norte-Sul e da Ferrovia de Integração Leste-Oeste (Fiol). Por causa da operação, a Valec instituiu uma comissão especial para analisar os desdobramentos da investigação. Como os trabalhos da comissão não foram concluídos, não foi possível mensurar seus efeitos contábeis, informou a empresa.
Além da PF, o Tribunal de Contas da União (TCU) também verifica possíveis irregularidades nos contratos da Ferrovia Norte-Sul. O auditor destaca que, como estão pendentes de julgamento, os valores de perdas ainda serão provisionados. Apontou ainda que os resultados de equivalência patrimonial da coligada Transnordestina Logística não foram incluídos nas demonstrações a tempo a emissão do relatório de auditoria, datado de 1º de março.
A Transnordestina informou em 28 de março que não teria tempo hábil para publicar seus resultados até o fim do mês passado pois conseguiu concluir a substituição obrigatória de seu auditor, da Deloitte para a PwC, em 13 de março.
Fonte: Valor Econômico