Em reunião com executivos ontem em Nova York, o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, descartou, neste momento, a implementação de uma proteção cambial para investimentos em infraestrutura no país.
Muitos investidores estão cobrando essa proteção por causa da volatilidade no mercado cambial, que aumentou depois da eleição de Donald Trump nos EUA.
“Alguns investidores estão perguntando sobre ‘hedge’, se o governo vai providenciar o ‘hedge’ para flutuações de moeda. A resposta é que, em teoria, não”, afirmou o ministro durante evento promovido pelo Bradesco BBI.
Meirelles descartou que haverá mecanismos para facilitar investimentos em infraestrutura. É o caso da emissão de debêntures para esses aportes. E o governo vai reduzir os aportes a esses investidores via bancos oficiais. “Definitivamente, o governo não deve pagar essa conta”, pontuou.
O ministro também afirmou que a Fazenda vai divulgar, na semana que vem, nova projeção de crescimento da economia brasileira para 2017, destacando que o dado será inferior à projeção anterior, fixada em 1,6%.
“Vamos revisar nossas projeções para o ano que vem na próxima semana. O crescimento será menor”, admitiu Meirelles, sem detalhar o novo número, se limitando apenas a mostrar gráfico em que a projeção anterior indicava 1,6% de alta do PIB em 2017 e 2,5% em 2018.
Entre outros assuntos abordados no encontro com executivos estrangeiros, Meirelles procurou transmitir segurança aos interlocutores ao dizer que o Brasil está “preparado para reformas e tem apoio do Congresso”. Segundo o ministro, a PEC que limita o crescimento dos gastos federais será aprovada pelo Senado ainda este ano. Além disso, ele garantiu que o governo encaminhará ao Congresso a reforma da Previdência também em 2016.
Ainda sobre a situação fiscal do país, o ministro da Fazenda voltou a dizer que não será “necessário aumentar impostos em 2017” graças à ajuda vinda da arrecadação com o programa de repatriação de recursos no exterior, concluindo no fim do mês passado.
Fonte: Valor Econômico