O relatório de produção da Vale no segundo trimestre, anunciado ontem, mostrou mais um recorde na produção de minério de ferro. A companhia retirou de suas minas 91,85 milhões de toneladas entre abril e junho, maior volume para um segundo trimestre, 5,8% a mais que as 86,82 milhões de toneladas de igual período do ano passado e 6,6% acima das 86,198 milhões de toneladas produzidas no primeiro trimestre de 2017.
A companhia afirmou ainda que a produção anual deverá ficar próxima ao limite inferior da faixa de 360 milhões a 380 milhões de toneladas, “em linha com a estratégia atual de maximização da margem”. Para o longo prazo, a meta de produção de minério de ferro foi mantida em 400 milhões de toneladas/ano.
Para maximizar as margens, a companhia continuou aumentando os volumes de minério “blendados” em seus centros de distribuição na Ásia. Entre abril e junho, esse volume chegou a 14,8 milhões de toneladas, 3,7 milhões de toneladas a mais que no segundo trimestre de 2016 e 9,8 milhões de toneladas a mais que em igual período de 2015. Segundo a Vale, esse aumento é “resultado da estratégia atual de trazer maior flexibilidade à cadeia integrada de valor”.
Além disso, a empresa informou que o percentual de estoques offshore em relação ao total estocado aumentou de 15%, em 2015 e 2016, para 28%, no segundo trimestre deste ano, refletindo a estratégia de deslocamento dos estoques ao longo da cadeia e para mais perto dos clientes. “A expectativa é de que os estoques offshore e, consequentemente, leva temporariamente a menores volumes de venda, quando comparados aos embarques do Brasil”, detalhou a companhia no relatório de ontem.
O teor de ferro médio produzido pela companhia foi de 63,8% no segundo trimestre, permanecendo em linha com o teor de ferro médio do primeiro trimestre. Os esforços para aumento de margem no negócio de minério de ferro acontecem em meio a uma queda significativa dos preços nos portos chineses no segundo trimestre.
O minério com teor médio de 62% no porto de Qingdao fechou o último dia de junho valendo US$ 64,95, uma alta de 13,9% frente a maio. Mas na média do segundo trimestre, o preço de US$ 62,99 ficou 26,4% abaixo da média de US$ 85,63 dos três primeiros meses do ano.
Em seu relatório, a mineradora comentou que o incremento da produção no segundo trimestre foi favorecido pelo avanço do projeto S11D em Carajás, no Pará, maior projeto de minério de ferro da companhia, com previsão de 90 milhões de toneladas anuais. Segundo a Vale, a produção no Sistema Norte, que compreende as minas de Carajás, Serra Leste e S11D, no segundo trimestre, foi de 41,494 milhões de toneladas, 13,7% acima de segundo trimestre do ano passado, quando atingiu 36,493 milhões de toneladas. Na comparação com primeiro trimestre de 2017, quando somou 35,974 milhões de toneladas, a produção do Sistema Norte subiu 15,3%.
Já a produção de pelotas no segundo trimestre foi de 12,215 milhões de toneladas, 21,5% maior que em igual período de 2016, quando a produção foi de 10,049 milhões de toneladas. Em comparação com o primeiro trimestre, no entanto, quando a companhia somou 12,422 milhões de toneladas, houve recuo de 1,7% na produção de pelotas no segundo trimestre.
A produção de carvão da Vale no segundo trimestre foi de 3,037 milhões de toneladas, originada exclusivamente das operações da empresa em Moçambique – um aumento de 142,7% nas operações da companhia naquele país ante igual período no ano passado. Na comparação com primeiro trimestre deste ano, quando atingiram 2,434 milhões de toneladas, o aumento foi de 24,8%.
Em contrapartida, a produção de cobre somou 102,7 mil toneladas, 4,4% abaixo do segundo trimestre de 2016, quando atingiu 107,4 mil toneladas, e 5,8% abaixo de primeiro trimestre deste ano, quando somou 109 mil toneladas. Já a produção de níquel atingiu 65,9 mil toneladas, 16,1% menor do que a do segundo trimestre de 2016; e 7,8% abaixo de primeiro trimestre deste ano – quando atingiram 78,5 mil toneladas; e 71,4 mil toneladas, respectivamente.
Fonte: Valor Econômico