A Valor da Logística Integrada (VLI), empresa controlada pela Vale, deverá passar a ter três novos sócios, dois deles estrangeiros, já a partir do fim deste mês. No dia 31 de julho, o conselho de administração da mineradora se reúne, no Rio, e deve bater o martelo sobre os novos acionistas da VLI, empresa focada na prestação de serviços para carga geral. A empresa nasce com um plano de negócios ambicioso, que prevê investimentos de cerca de R$ 9 bilhões em portos e ferrovias entre 2013 e 2017. O presidente da Vale, Murilo Ferreira, confirmou a entrada de novos sócios na companhia de logística: “O tema vai ser decidido pelo conselho de administração da Vale no dia 31. Havia 12 interessados e está praticamente confirmado que teremos três novos acionistas na VLI”, afirmou. Ferreira não adiantou nomes dos novos sócios nem o percentual que a Vale vai vender, mas confirmou que o desenho deve levar a mineradora a tornar-se minoritária na VLI. A Vale havia sinalizado que poderia vender 50% ou mais do capital da VLI. Perguntado se essa fatia poderia chegar até 70%, Ferreira respondeu: “Pode acontecer.” O executivo adiantou que entre os novos sócios há investidores financeiros e operadores logísticos, todos de longo prazo. O presidente da Vale confirmou ainda que na lista há dois estrangeiros. “É uma sinalização extraordinária porque são montantes [de investimento] elevados. São R$ 8,9 bilhões de investimento, sendo que já no início existem valores substanciais. Em época em que muita gente está com dúvidas sobre o Brasil, é uma sinalização positiva. E demonstra que há espaços que podem ser preenchidos com alta rentabilidade”, afirmou. O dinheiro da venda ficará parte no caixa da Vale, parte no da VLI. Ferreira disse que nem a Vale nem a VLI deverão participar dos novos leilões de ferrovias. Segundo ele, a VLI precisa modernizar, mudar material rodante, fazer mais terminais e participar de novos portos. “O que ela [VLI] tem de ativos é suficiente para ter carteira de projetos atrativos”, disse. A VLI foi criada em 2011 e surgiu para atender a demanda de carga geral dos clientes que utilizam a Ferrovia Centro-Atlântica (FCA) e a Ferrovia Norte Sul (FNS), concessões originais da Vale. O plano da VLI inclui investimentos para ampliar a capacidade das ferrovias e aumentar a oferta dos serviços oferecidos aos usuários. Também estão previstos investimentos em portos e serão construídos novos terminais, no interior do país, ligados a ferrovias e portos, os quais vão atuar como “integradores” de carga.
Fonte: Valor Econômico |