As mobilizações contra as medidas provisórias (MPs 664 e 665) começaram a fazer efeito na última terça-feira, 10. Junto às principais lideranças das centrais sindicais, o presidente da COBAP, Warley Martins, preiteou alterações no texto das medidas que mudam as regras de benefícios previdenciários e trabalhistas, apresentadas em dezembro passado.
O presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha, afirmou que vai facilitar o debate no Legislativo e defendeu cautela na discussão sobre as metas de ajuste fiscal, anunciadas pelo governo. Cunha disse ainda que “a despeito das restrições fiscais, devem ser preservados os direitos”.
No Senado, o presidente Renan Calheiros foi enfático ao criticar o envio constante de medidas provisórias por parte do Executivo ao Congresso: “Está na hora de acabar com as propostas de mudanças por meio de Medidas Provisórias, que são questionáveis juridicamente”, afirmou.
A maioria dos parlamentares, inclusive da base do governo, apoia os sindicalistas na mobilização contra as medidas. O líder do PT no Senado, Humberto Costa (CE) admitiu que o governo pode fazer algumas negociações para que “possamos centrar nossa atenção na correção de algumas distorções sem causar injustiças nem prejuízos à população”.
Entre as 707 emendas apresentadas até a última terça-feira às Medidas, o senador Paulo Paim (PT-RS), foi autor de 47, entre elas pedindo o fim do fator e o reajuste das aposentadorias e pensões previdenciárias. No próximo dia 25 as Centrais tem novo encontro com o governo para discutir os textos.
Fonte: COBAP