História



As estradas de ferro no Brasil surgem na segunda metade do século XIX, quando a economia era ancorada na exportação do café, com a utilização da mão-de-obra livre coexistindo com o trabalho escravo. As ferrovias brasileiras tiveram importância política, econômica e geográfica, e foram construídas para transportar matérias-primas e desenvolver o comércio, além de permitir a conexão com o território brasileiro.

Em 1919, a crise aberta pós-primeira guerra mundial gerou grandes dificuldades e descontentamento à classe trabalhadora, com greves em várias categorias, estando ou não organizadas em sindicatos. Para os ferroviários baianos, a carestia dos gêneros alimentícios e os baixos salários impedia-os de prover as necessidades da família.  Em abril de 1919, os ferroviários fundaram a Sociedade União Defensora dos Operários de Ferrovia.

Em 24 de fevereiro de 1923 são instituídas, por meio da Lei nº 4.682 (Lei Elói Chaves), as Caixas de Aposentadoria e Pensões (CAP’s) dos ferroviários.

O sindicato dos ferroviários atuou na década de 1930, mas a partir da deflagração do Estado Novo deixou de existir, permanecendo, no entanto, a Associação dos Ferroviários da Viação Férrea Federal Leste Brasileiro, pois possuía outra orientação.

O sindicato existiu até 1937 quando foi extinto a partir da vigência do Estado Novo. Sem direito a um sindicato, a categoria ferroviária, em 1940, soube organizar-se de outras maneiras através do Centro Operário Beneficente de Alagoinhas e da Sociedade 8 de maio, com o intuito de auxilio mútuo, visando minimizar as dificuldades enfrentadas por estes operários.

Na ditadura militar, em Sergipe, a prisão de líderes ferroviários, logo nos primeiros momentos do golpe, e a posse de um interventor federal, em 22 de maio de 1964, na Sociedade União dos Operários e Ferroviários (SUOF), são evidências dos expedientes utilizados para controlar os sindicalistas e os sindicatos mais combativos.

No caso da SUOF, a consequência das prisões das suas principais lideranças sindicais, do processo de intervenção sofrido por essa instituição e, anos depois, dos efeitos da “Operação Cajueiro” 635 – ação de repressão político-militar ocorrida na década de 1970 – resultaram na desmobilização da categoria e na extinção dessa sociedade de caráter sindical.

Em seu lugar, entre 1972 e 1983, esses trabalhadores criariam a Associação Beneficente dos Ferroviários Inativos e Pensionistas de Sergipe (ABFIPS), com a finalidade de prestar assistência jurídica e social aos seus associados. E somente vieram a restabelecer uma representação sindical em 1983, com a fundação do Sindicato dos Trabalhadores em Empresas de Transportes Ferroviário e Metroviário dos Estados da Bahia e de Sergipe (SINDIFERRO).

O SINDIFERRO, desde a década de 80, é filado à Central Única dos Trabalhadores – CUT que se consolida como a maior central sindical da América Latina e a 5ª maior do mundo, com 3.806 entidades filiadas e mais de 23,9 milhões de trabalhadores e trabalhadoras na base.

Assim, a construção dos organismos da classe trabalhadora perpassa pela defesa da liberdade e autonomia sindical com o compromisso e o entendimento de que os trabalhadores têm o direito de decidir livremente sobre suas formas de organização, filiação e sustentação financeira, com plena independência frente ao governo, partidos, religião e quaisquer outras organizações.

Dessa forma, os sindicatos são estruturas fruto da célebre história da luta de classes e tem o papel de representante total dos interesses dos trabalhadores, além de não serem isolados no tempo.

É verdade que cada país é um país, mas é o mesmo capitalismo decadente em crise que se espalha para todo lado, destruindo a força de trabalho e a natureza na busca incessante da mais valia.

Ao lado dos trabalhadores e trabalhadores da extinta RFFSA, e dos que eram da CBTU, e depois CTS, e atualmente, CTB, bem como dos trabalhadores e trabalhadoras da Valec/Infra S.A., da FCA/VLI, da Fiol, da Bafer/Bamim e da CCR Metrô, aposentados e pensionistas, é que o SINDIFERRO conseguiu e consegue resistir e lutar contra o imperialismo, contra a ditadura, contra todas as formas de opressão, contra as despedidas injustas, e pela expansão da manutenção do funcionamento dos trechos ferroviários nos estados da Bahia e de Sergipe.

E como disse um ferroviário: “Só mesmo com um sindicato é que podemos lutar contra tudo o que há de ruim por aqui. (…)” (Jornal O Momento, 31.12.1945).

Reafirmamos no nosso 7º Congresso Interestadual realizado em 2022 que o atual cenário onde se desenvolvem as lutas entre a categoria ferroviária é crítico, e o nosso compromisso ao longo desses 40 anos, é garantir os empregos e todos os benefícios contidos nos acordos coletivos de trabalho que foram conquistados com muita batalha, sendo uma luta diária para o sindicato, mantê-los.

Portanto, a nossa luta se expressa a cada momento nos trilhos da nossa larguíssima história enquanto entidade sindical na defesa intransigente dos interesses da classe trabalhadora. E como afirmou Che Guevara, “se o presente é de luta, o futuro nos pertence”.

“Viva ao SINDIFERRO! Viva aos trabalhadores FERROVIÁRIOS e METROVIÁRIOS! Viva às trabalhadoras FERROVIÁRIAS e METROVIÁRIAS!



SINDICATO DOS TRABALHADORES EM EMPRESAS DE TRANSPORTES FERROVIÁRIO E METROVIÁRIO DOS ESTADOS DA BAHIA E SERGIPE.
Rua do Imperador, nº 353 - Mares - Salvador-BA | Tel: (71) 3312-1263 - Tel: (71) 98145-8431
Diretoria de Comunicação: Guilhermano da Silva Filho | Jornalista: Rodolfo Ribeiro ( DRT/BA - 3452 )

SINDIFERRO. © 2024. Todos os direitos reservados.