Dois projetos da mineradora Bamin vão promover a geração de aproximadamente 1,5 mil empregos diretos e indiretos na Bahia, em meio às dificuldades econômicas geradas pela pandemia do novo coronavírus. No sudoeste, a empresa iniciou uma operação em pequena escala na mina Pedra de Ferro, em Caetité, que deverá movimentar 800 mil toneladas de minério de ferro por ano e gerar 300 empregos diretos. Em Ilhéus, o início foi nas obras de implantação do Porto Sul, que teve a ordem de serviço assinada no último dia 16.
Nos dois casos, a empresa dá pequenas amostras do grande impacto que a produção de minério de ferro em Caetité terá para a economia baiana. O que será produzido agora representa menos de 4,5% da produção de 18 milhões de toneladas/ano previstas quando o complexo logístico formado pela Ferrovia de Integração Oeste-Leste (Fiol) e Porto Sul estiverem concluídos e operando. Do mesmo modo, os R$ 188 milhões anunciados na etapa inicial de obras do terminal representam menos de 7% dos R$ 2,5 bilhões estimados para a implantação do que será o maior complexo portuário do Nordeste.
O primeiro embarque internacional da operação em pequena escala deverá acontecer pelo terminal portuário da Enseada, em Maragogipe, em novembro deste ano. O minério será transportado da mina em Caetité para o terminal de transbordo da Bamin, em Licínio de Almeida. De lá, segue pela linha férrea da FCA e de caminhões até o terminal portuário na Baía de Todos os Santos. Esta operação deve ser mantida pela empresa por pelo menos um ano, podendo se prolongar por até 6 anos, a depender das condições de mercado.
Em Ilhéus, a Bamin já assinou a ordem de serviço para o início das obras do Porto Sul, que deverá empregar 400 pessoas diretamente e outras 1,2 mil indiretamente.
Além do impacto econômico que os empregos irão gerar em cidades do sudoeste e do sul da Bahia, a empresa estima uma geração de receitas para a União, o estado e municípios acima dos R$ 70 milhões por ano com as duas operações. Os investimentos somados devem ultrapassar os R$ 220 milhões, sendo que o maior volume deve ser alocado na implantação do Porto Sul.
Momento
Em qualquer momento em que fossem anunciados, os investimentos da Bamin seriam muito importantes, tanto para a empresa quanto para a economia baiana. Entretanto, o movimento ganha uma importância adicional no contexto da crise econômica causada pela pandemia, acredita Alexandre Aigner, diretor Financeiro e de Relações Institucionais da mineradora. “Qualquer evolução no projeto que nós temos é bastante significativa, no entanto neste momento nós temos a consciência da importância econômica e social desta movimentação que estamos realizando”, afirma.
Segundo Aigner, a consciência em relação ao cenário fez com que a empresa tenha tomado todas as medidas necessárias para garantir que as operações não representem riscos à saúde das comunidades onde a Bamin está inserida, nem aos trabalhadores.
Municípios
O prefeito de Ilhéus, Mario Alexandre, acredita que o complexo logístico Fiol e Porto Sul deverá ser a redenção da região cacaueira, quando estiverem totalmente implementados. Em entrevista ao CORREIO antes do anúncio de que as obras seriam iniciadas, ele destacou a expectativa de uma grande movimentação econômica.
“A cidade estava em um ritmo positivo na geração de empregos, mas nossa prioridade é salvar vida, nosso comércio está fechado e não sabemos como vai ser. As obras do Porto Sul terão um efeito muito positivo não apenas para nós, mas para toda a região”, acredita.
Ele acrescenta que o turismo, também importante para a economia local, foi a praticamente zero desde o início da pandemia.