Escolhido como um dos símbolos de uma Rússia moderna, o trem-bala se tornou uma atração turística à parte na Copa, especialmente para os brasileiros. O trajeto de 635 quilômetros entre Moscou e São Petersburgo, percorrido em quatro horas, é um dos destaques dos pacotes entre as cidades-sede. Para o povo russo, é uma alternativa às viagens aéreas e motivo de orgulho nacional. Exatamente às 6h45 da manhã gelada de terça-feira, o modelo Velaro Rus 756 branco, azul e vermelho parou na plataforma central, dentro da estação de metrô Oktiabrskaya, a mais antiga da capital Moscou. Muita gente registra sua chegada com o celular.
São 30 minutos para o embarque de 800 passageiros – o número pode chegar a mil. Os dez vagões do comboio vão percorrer os 635 quilômetros de distância entre as duas maiores (e mais belas) cidades russas.
Uma comissária com um inglês correto e sem sotaque confere as passagens com cuidado e indica o vagão certo. O trem Sapsan tem três classes. A primeira é parecida com o setor mais caro de um avião. Poltronas reclináveis, serviço de alimentação, kit de viagem e DVD. Tem até uma cabine para reuniões executivas com poltronas altas de couro preto.
A classe business também tem bancos de couro, lanches e bebidas à vontade e acesso à sala vip nas estações de trem. A classe econômica, que cobra cerca de 2.500 rublos (R$ 150), tem poltronas de tecido. Não dá para recostar o banco para trás. Não há tomadas, mas o Wi-Fi é gratuito mediante cadastro e funciona bem – não caiu durante toda a viagem. O lanche não está incluído na passagem. Discretamente, uma senhora ruiva, na casa dos 30 anos, pegou na bolsa marrom um sanduíche com pão preto, o mais apreciado por aqui. O vagão restaurante é uma alternativa e cobra 150 rublos (R$ 8,80) por um café expresso. Há uma outra opção de trem, com paradas, que faz o mesmo trecho em nove horas.
Fonte: Terra