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Balanço do Setor Metroferroviário 2012/2013 mostra que Brasil ampliou transporte de passageiros, mas rede ferroviária cresce abaixo da demanda

A Associação Nacional dos Transportadores de Passageiros sobre Trilhos (ANPTrilhos) que representa 98% de todos os operadores metroferroviários de passageiros do Brasil, divulgou nesta 3ª feira (4 de junho), em Brasília, o “Balanço do Setor Metroferroviário 2012/2013”. O estudo mostra que mais passageiros estão sendo transportados sobre trilhos, porém, o crescimento da malha ferroviária para trens e metrôs é inferior à demanda de passageiros.

Em coletiva à imprensa, o presidente do Conselho da Associação, Joubert Fortes Flores Filho, também avaliou os projetos de mobilidade sobre trilhos que estão sendo desenvolvidos para atender a demanda a ser provocada pelos jogos da Copa do Mundo de 2014.

Embora apenas dois dos projetos – entre cinco prioritários – ainda tenham poucas chances de ser concluídos a tempo da Copa (o Veículo Leve sobre Trilhos de Fortaleza – CE e o de Cuiabá – MT), o dirigente acredita que haverá condições de transportar no ano que vem todo o público demandante durante a competição.

Também participaram da entrevista coletiva Conrado Grava de Souza, Diretor de Planejamento da ANPTrilhos, Rodrigo Otaviano Vilaça, Diretor Executivo e Vicente Abate, Diretor Comercial, além de Roberta Marchesi, Gerente Executiva da entidade.

A seguir, as principais constatações do Balanço da ANPTrilhos:

– O Brasil transportou em trens e metrôs 2,6 bilhões passageiros em 2012. Esse total representa um crescimento de 8% em relação ao ano de 2011. A previsão para 2013 é de que esse número seja 10% superior;
– Trens e metrôs transportaram, em 2012, 9 milhões de passageiros diariamente, um crescimento de 3,8% em relação ao número de passageiros diários que utilizavam os sistemas em 2011;
– O crescimento da malha ferroviária de passageiros não acompanhou o crescimento da demanda. Nenhum novo sistema de transporte de passageiros sobre trilhos foi implantado no Brasil desde 2010. O aumento inexpressivo da rede foi de apenas 3,2% em 2012, em comparação com 2011;
– Isso demonstra que o setor transporta uma quantidade de usuários no limite de sua capacidade o que, por consequência, explica os altos níveis de lotação dos principais sistemas. O sistema de transporte sobre trilhos não contribuiu, em 2012, para o aumento da inclusão social daqueles que ainda hoje não têm acesso a um sistema de transporte de qualidade. A participação do sistema sobre trilhos ocupa apenas 3,8% de participação na matriz de transporte urbano. Segundo a ANPTrilhos, é necessário ampliar os investimentos nesse setor;
– O País continua com 15 sistemas urbanos de transporte de passageiros sobre trilhos, implantados em 11 Estados. Atualmente, esses sistemas cobrem menos do que 45% dos Estados Brasileiros;
– O sistema de transporte de passageiros sobre trilhos totalizou em 2012 1.028 km de extensão, divididos em 38 linhas, 491 estações e uma frota de 3919 carros;
– Entre 2011 e 2012 também não houve investimentos significativos na acessibilidade do cidadão. Se for considerada a linha Sul do metrô de Fortaleza, inaugurada em junho/2012, verifica-se que apenas essa nova linha entrou em operação, com suas 20 estações e mais 4 estações foram inauguradas em outras linhas existentes;
– Apesar do aumento da rede de 3,2% em 2012, o consumo energético permaneceu praticamente o mesmo de 2011 (1,8 GWH), representando cerca de 0,5% do consumo total energético do País – isso demonstra um claro esforço do setor para aumentar sua eficiência energética. Diversas operadoras investiram na modernização de seus sistemas e de sua frota;
– Para efeito de comparação, considerando os padrões dos diversos sistemas de transporte no mundo, os sistemas sobre trilhos chegam a emitir cerca de 60% menos gases de efeito estufa (GEE) que os automóveis e 40% menos que os ônibus;
– Outra comparação é sobre a capacidade de transporte de passageiros: uma única linha implantada de metrô, por exemplo, é capaz de transportar cerca de 60 mil passageiros por hora/sentido. Já, o automóvel e o ônibus têm capacidade de apenas 1,8 mil e 5,4 mil passageiros, respectivamente;
– Dessa forma, nos centros urbanos onde há sistemas metroferroviários de passageiros implantados, há cerca de 1 milhão de automóveis e mais de 14.000 ônibus fora de circulação por dia, com benefícios diretos e indiretos ao trânsito, emissão de gases, entre outros, como redução do tempo de deslocamento da população e do consumo de combustíveis e também de acidentes no trânsito.

COPA DAS CONFEDERAÇÕES
– Brasília, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Salvador, Fortaleza e Recife sediarão os jogos. Uma das grandes preocupações é o atendimento ao grande número de turistas que circularão pelos sistemas. Nesse sentido, alguns operadores já estão oferecendo cursos de inglês para seus colaboradores, em especial àqueles que atendem diretamente ao público. O objetivo é que eles possam instruir os turistas com relação à compra de passagens, acesso aos sistemas e horários;
– Outra preocupação dos operadores é com relação à segurança e inteligência. As empresas já realizam normalmente simulações de emergência com os bombeiros, mas os operadores vão intensificar esse programa em função dos grandes jogos, incluindo também a polícia militar nessas simulações.

PROJETOS METROFERROVIÁRIOS PARA A COPA DO MUNDO DE FUTEBOL
– Com relação às obras de mobilidade sobre trilhos para atendimento à Copa do Mundo de Futebol da FIFA de 2014, foram estabelecidas como metas a implantação de cinco projetos prioritários;
– Dos cinco projetos prioritários, três foram retirados da matriz de responsabilidade do governo e não ficarão prontos para a Copa. São eles: VLT de Brasília/DF; monotrilho de São Paulo/SP (linha 17) e monotrilho de Manaus/AM. Quanto aos outros dois, o VLT de Cuiabá enfrenta problemas com o Ministério Público e a Justiça Federal e é pouco provável que fique pronto até a Copa, assim como o VLT de Fortaleza onde há problemas na desapropriação de áreas essenciais para a passagem da via;

BRASIL PRECISA MELHORAR GESTÃO DE PROJETOS
– O Brasil ainda precisa desenvolver sua capacidade de gestão de projetos para que possa tornar concretas as obras de infraestrutura previstas. Mesmo que fora do prazo, os projetos já previstos não devem ser abandonados e devemos preservar para que se concretizem e atendam à sua grande função social que é garantir a mobilidade do cidadão em nossas cidades;
– Com 22 projetos bastante adiantados, grande parte já em licitação/execução, o Brasil pode vir a dobrar sua malha metroferroviária de passageiros até 2018. São 1.136km em novos projetos de trilhos, que incluem metrôs, VLT, monotrilho e trens regionais;
– Atualmente, no Brasil, há 63 médias e grandes regiões metropolitanas e só doze delas possuem algum tipo de sistema de transporte de passageiros sobre trilhos. Dada a atual taxa média de crescimento da população brasileira, até 2016 mais oito regiões se integrarão a esse rol;
– A ANPTrilhos trabalhando de forma integrada com entidades, operadores dos sistemas e com a indústria metroferroviária, defende, como ponto central, a ampliação do investimento no setor.

PROJETOS COM POTENCIAL PARA OPERAÇÃO ATÉ 2018

METRÔ
CE Implantação da Linha Sul do Metrô de Fortaleza – 24,1 km
CE Implantação da Linha Leste do Metrô de Fortaleza – 13 km
BA Implantação da Linha Lapa a Pirajá (Linha 1) do Metrô de Salvador – 12 km
BA Implantação da Linha Bonocô ao Aeroporto (linha 2) do Metrô de Salvador – 20 km
PE Ampliação das linhas Sul e Centro do Metrô de Recife – 57,5 km
MG Implantação da Linha 2 do Metrô de Belo Horizonte – 10 km
MG Implantação da Linha 3 do Metrô de Belo Horizonte – 4,5 km
RJ Implantação da Linha 4 do Metrô do Rio de Janeiro – 14 km
SP Implantação da Linha 6 do Metrô de São Paulo – 34,6 km
SP Extensão da Linha 5-Lilás do Metrô de São Paulo – 11,9 km
SP Extensão da Linha 4-Amarela do Metrô de São Paulo – 3,9 km
SP Extensão da Linha 2-Verde do Metrô de São Paulo – 10,1 km
SP Extensão da Linha 8 da CPTM – 6,3 km
PR Implantação da Linha 1 do Metrô de Curitiba – 14,2 km
RS Implantação da Linha 1 do Metrô de Porto Alegre – 14,9 km

VLT
CE VLT de Fortaleza – 12,7 km
CE VLT Sobral – 11 km
DF VLT de Brasília – 6,4 km
GO VLT de Goiânia – 13,2 km
MT VLT de Cuiabá – 22,2 km
PB VLT de João Pessoa – 30 km
PE VLT Recife – 30 km
RJ VLT área central e portuária do Rio de Janeiro – 28 km
RN VLT de Natal – 56 km
SP VLT de Baixada Santista – 15 km
SP VLT São José dos Campos – 94 km

MONOTRILHO
AM Monotrilho de Manaus – 20,2 km
SP Monotrilho de São Paulo (Linha 15 – Prata) – 22,2 km
SP Monotrilho de São Paulo (Linha17 – Ouro) – 14,3 km
SP Monotrilho de São Paulo (Linha 18-Bronze) – 14,3 km

TRENS REGIONAIS
DF Trem Brasília-Goiânia – 200 km
SP Projeto Trens Intercidades – 432 km
Associados ANPTrilhos

Operadores privados: Metrô Rio; SuperVia Concessionária de Transporte Ferroviário S.A.
Operadores públicos: Trensurb – Empresa de Trens Urbanos de Porto Alegre; CBTU – Companhia Brasileira de Trens Urbanos; Metrô São Paulo – Companhia do Metropolitano de São Paulo; CPTM – Companhia Paulista de Trens Metropolitanos; Metrô DF – Companhia do Metropolitano do Distrito Federal
Empresas: Alstom Brasil Energia e Transporte; Bombardier Transportation Brasil; CAF – Construcciones y Auxiliar de Ferrocarriles; Grupo MPE – Montagens e Projetos Especiais S/A; IAT Fixações Elásticas Ltda.; Siemens Brasil; T´TRANS– Trans Sistemas de Transportes S.A.
Associações: ABIFER – Associação Brasileira da Indústria Ferroviária; ABOTTC – Associação Brasileira das Operadoras de Trens Turísticos Culturais; ANTF – Associação Nacional dos Transportadores Ferroviários.

A ANPTrilhos é vinculada à Confederação Nacional do Transporte (CNT), entidade que apoia e defende todo o setor de transportes do Brasil
Diretoria ANPTrilhos

Presidente do Conselho: Joubert Flores Filho
Diretor Técnico: João Gouveia Ferrão Neto
Diretor Institucional e de Sustentabilidade: Sávio Luis Ferreira Neves Filho
Diretor Executivo: Rodrigo Otaviano Vilaça
Diretor Comercial: Vicente Abate
Diretor de Planejamento: Conrado Grava de Souza
Gerente Executiva: Roberta Marchesi

 

Fonte: Intelog

 



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