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Discutir redução de jornada é garantir qualidade de vida às mulheres

A redução da jornada de trabalho, sem redução salarial, luta histórica da CUT, ganhou mais visibilidade com a campanha pelo fim da escala 6 X 1 que, junto a todas as campanhas, lutas e conquistas do movimento sindical ao longo de décadas, ajudou a conscientizar a classe trabalhadora de que, além do trabalho, existe vida. E que é fundamental o direito de cada trabalhador e cada trabalhadora ao descanso, lazer, cultura, diversão e outras atividades que promovem o bem estar do ser humano.

Mas o olhar para a redução da jornada ganha contornos específicos e importantes quando se trata da questão de gênero. Em uma sociedade que ainda mantém em sua estrutura o machismo, o patriarcado, a misoginia, elementos que fazem com que a mulher ainda seja a maior responsável pelo cuidado doméstico, debater a redução de jornada é, em especial, tema que impacta diretamente na vida das mulheres.

A secretaria da Mulher Trabalhadora da CUT, Amanda Corcino, afirma que é importante o debate sobre o impacto da jornada de trabalho na vida das mulheres porque ela é muito maior do que a dos homens.

“A jornada de trabalho total, ou seja, a jornada remunerada somada à jornada não remunerada, em casa, no trabalho e de cuidados da mulher é muito maior do que a do homem, por isso a redução é importante para as mulheres, em especial, porque ela é dupla, é tripla, muitas vezes”, diz a dirigente.

Responsabilidade compartilhada

Ao se debater a questão da redução da jornada de trabalho como fundamental para as mulheres, os impactos poderiam ser questionados a partir da divisão sexual do trabalho, das responsabilidades compartilhadas em casa e nos trabalhos domésticos.

“Se de fato isso fosse uma realidade, a redução da jornada teria igual impacto entre os gêneros. No entanto, ainda não chegamos a essa situação ideal. Ainda que haja uma Política Nacional de Cuidados, no âmbito da legislação brasileira e de que haja uma mobilização pela ratificação da Convenção 156, da OIT [ Organização Internacional do Trabalho], a dura realidade é a de que nós, mulheres, na maioria das vezes, chegamos do trabalho no fim do dia e passamos a cuidar da casa, enquanto maridos descansam, assistem seu jogo de futebol, etc”, diz Amanda.

Ela reforça que não se trata de uma ‘generalização’, mas o exemplo acima ocorre em muitos lares brasileiros e que, enquanto não se chega à uma condição ideal de igualdade de responsabilidades, debater a redução de jornada sob a ótica dos impactos às mulheres é fundamental.

Fonte: CUT



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