Em meio aos ajustes nas contas deste ano, o governo federal restringiu o orçamento para a construção da Ferrovia de Integração Oeste-Leste (Fiol) a pouco mais de R$ 160 milhões. Dinheiro suficiente apenas para chegar ao final de 2015 mantendo o que já foi construído.
Acontece que diante da evidente escassez de recursos, os fornecedores dos trilhos se anteciparam e garantiram, através de liminar, a prioridade nos pagamentos da Valec, estatal responsável pelas obras da ferrovia.
O resultado disso é que as empreiteiras que ainda estavam trabalhando na obra enfrentam atrasos de até 90 dias nos pagamentos de faturas, com prejuízos diretos para os 2,3 mil trabalhadores que ainda estão ativos. De acordo com o deputado federal Bebeto Galvão, presidente do Sindicato da Indústria da Construção Pesada na Bahia (Sintepav), a ação dos fornecedores foi facilitada por uma resolução da própria Valec, que priorizou o pagamento dos trilhos por se tratar de uma concorrência internacional.
Após uma série de intercorrências na obra em todos esses anos, chegamos à situação em que um projeto previsto para ser inaugurado em 2012, aponta para 2017 e eu acredito que este prazo não se cumprirá, pois, o ambiente em relação à obra é o pior possível. Em pleno vapor, calcula Galvão, a Fiol poderia garantir 12,5 mil empregos.
O porto ajudaria muito
A retomada das obras na Ferrovia de Integração Oeste-Leste (Fiol) em 2016 tem um desafio, aponta Bebeto Galvão: a ausência do Porto Sul no final do traçado. O governo está tendo atitude oportunista em relação às obras da Bahia. Como o Porto Sul está muito atrasado, ele se vê desobrigado de investir como deveria na Fiol, acredita o deputado. Com a perspectiva de o governo enfrentar dificuldades orçamentárias ainda maior em 2016, o parlamentar acredita que vai sobrar, de novo, para a ferrovia.
Sai até janeiro
O coordenador de infraestrutura e logística da Casa Civil do governo estadual, Eracy Lafuente, reconhece que o fluxo financeiro atrapalhou demais a obra, que é federal, porém interessa demais ao estado. Estamos conversando com o governo federal para buscar uma solução ainda este ano, diz ele.
Quanto ao ponto final da ferrovia, o Porto Sul, previsto para Ilhéus, Lafuente diz que o governo trabalha pelo início das obras em janeiro próximo, a despeito das dificuldades da Bahia Mineração (Bamin), sócia do projeto.
“Estamos conversando com a Bamin, mas estamos conversando com outros interessados também”, avisou. A Valec diz que está respeitando o que determina a Justiça em relação ao fluxo de pagamentos da Fiol.
No horizonte
*Apoiadas nas tradições da Bahia, as lojas Bompreço projetam um aumento de pelo menos 20% na comercialização dos produtos típicos do caruru. A venda de quiabo, por exemplo, deve crescer em até 50%, na comparação com outros meses do ano. A tendência deve se repetir no caso de outros produtos, como camarão seco, azeite de dendê e leite de coco.
*Mais de 3 mil funcionários da Ambev em todo o Brasil vão interromper as atividades habituais na próxima sexta-feira, na maior paralisação da história da companhia, para visitar pontos de venda e conscientizar profissionais de bares e restaurantes sobre a venda responsável de bebidas. É o Dia da Responsa.
*O Terminal de Contêineres (Tecon) do Porto de Salvador e a Codeba promovem o IV Seminário de Logística, próxima quarta-feira, a partir das 13h30, no Hotel São Salvador, para debater os desafios do transporte de cargas.
Nota da RF:
O consórcio responsável pelo fornecimento dos trilhos, formado pelas empresas RCM e Pangang, esclareceu que a liminar garante apenas o cumprimento da cronologia e não prioridade nos pagamentos.