Nesta sexta-feira (20) a CUT e demais centrais sindicais, junto com as frentes Brasil Popular e Povo Sem Medo, voltarão às ruas do país no Dia Nacional de Luta Contra Reforma da Previdência, em defesa do emprego, dos direitos sociais e trabalhistas, do clima e contra a destruição do país, que vem sendo atacado pelas políticas do governo de Jair Bolsonaro (PSL).
Até agora, Bolsonaro e seu ministro da Economia, o banqueiro Paulo Guedes, só apresentaram propostas para beneficiar empresários. Para a classe trabalhadora e os mais pobres, sobram ataques aos direitos e o extermínio de políticas públicas.
O governo já anunciou um corte brutal no Minha Casa, Minha Vida, avisou que vai privatizar 17 estatais, destruindo empregos e a economia das cidades onde as empresas estão instaladas, e encaminhou a proposta de reforma da Previdência que restringe o acesso à aposentadoria e outros benefícios.
Na luta em defesa da aposentadoria, a CUT e centrais têm uma agenda de mobilização. E o dia 20, além de ser próximo da data da votação da reforma no Senado, marcada para a próxima terça-feira (24), também foi escolhido para convergir com o dia de mobilização internacional pelo Clima, organizado por uma articulação composta por diversos coletivos que debatem e promovem ações e combate às mudanças climáticas.
“A orientação para os sindicatos é de fazer assembleias, reuniões, plenárias, reuniões, encontros na parte da manhã com as categorias para debater a reforma da Previdência, os direitos trabalhistas no Brasil e também sobre o clima, o desmatamento e as questões ambientais”, afirmou o presidente da CUT São Paulo, Douglas Izzo.
Segundo ele, a ideia é colocar as pautas trabalhistas e relacioná-las com questões do meio ambiente e com os problemas sociais, como o desemprego e a retirada de direitos porque os “mesmos que exploram os trabalhadores e retiram direitos, são os que agridem o meio ambiente, que utilizam os agrotóxicos e que promovem as queimadas nas nossas florestas”.
Para Douglas, “a gente não pode desassociar uma coisa com a outra”. Segundo ele, o meio ambiente acaba impactando em todas as áreas.
“A gente teve um período de estiagem aqui em São Paulo, por exemplo, e a escassez de água impactou a produção industrial e consequentemente o trabalho e a renda”.
A mobilização contra reforma da Previdência e em defesa do clima também acontecerá em várias cidades do interior de São Paulo e em outros estados, como Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul, Minas Gerais, Ceará, Paraíba e Pernambuco e no Distrito Federal. [veja os locais abaixo]
Para a secretária do Meio Ambiente da CUT Brasília, Vanessa Sobreira, todos serão impactados com as ações necessárias neste processo de adaptação para um modelo de baixas emissões de carbono, principalmente a classe trabalhadora e é neste sentindo também que a CUT irá para rua nesta sexta, dia 20.
“É fundamental que seja garantido um conjunto de políticas desenhadas para assegurar uma transição justa com trabalho decente que ofereça oportunidades às trabalhadoras e aos trabalhadores e às comunidades impactadas, com a finalidade de que não sejam elas e eles quem paguem os maiores custos das consequências negativas ocasionadas pelas mudanças climáticas”, afirmou.
Vanessa falou também que outra pauta importante para a classe trabalhadora é a questão da luta pela soberania nacional e contra as privatizações, anunciadas pelo governo de Bolsonaro.
A dirigente disse que na plataforma da rodoviária, onde acontecerá o ato a partir das 17 horas no Distrito Federal, também terá diálogo com a sociedade sobre a reforma da Previdência e panfletagens para explicar porque somos contra as privatizações.
“As estatais são estratégicas para o desenvolvimento econômico e social do país. Quando recebem o reconhecimento devido, com investimento e valorização dos seus servidores, elas apresentam índices elevados de rendimento e contribuem para fazer o país crescer. Com a privatização, esses recursos irão para o bolso das empresas privadas. Por isso, ao privatizar as empresas estatais, ganham os empresários; perdem o Brasil e o povo brasileiro”, diz trecho do documento que será distribuído em Brasília.
Os atos em defesa do meio ambiente e pelo Clima também acontecerão em outros países, além dos estados brasileiros.
Saiba onde já tem atos marcados
Bahia
– Caminhada da Praça do Campo Grande até Praça Castro Alves em Salvador, a partir das 9h.
Brasília
– Ato na Plataforma inferior da Rodoviária de Brasília, a partir das 17h.
Minas Gerais
– A partir das 9h, manifestações dos servidores públicos municipais e estaduais, pressão nos escritórios regionais dos senadores e depois marcha pelo centro da cidade com concentração na frente da prefeitura.
Paraíba
– A partir das 5h, uma caminhada e limpeza na praia. A concentração será no Busto de Tamandaré, seguindo até o final da praia do Cabo Branco.
Pernambuco
– Ato na Praça do Derby, em Recife – concentração a partir das 14h.
Santa Catarina
– Ato com concentração às 15 horas, na Câmara de Vereadores em Guaramirim (Rua Vinte e Oito de Agosto, 2042- Centro) – para protestar e pedir uma audiência pública sobre o fechamento do terminal da Petrobras na cidade, pois esse abastece toda região e com o fechamento o município pode perder até 30% da arrecadação.
– Em Florianópolis, o ato está sendo chamado para às 17h, no largo da Catedral.
São Paulo
Na capital paulista, as atividades estão programadas a partir das 13h, no vão livre do Museu de Arte de São Paulo (Masp), com aula pública sobre aquecimento global e oficinas de cartazes. O ato terá concentração às 16h.
Fonte: CUT