O diretor-geral da Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT), Jorge Luiz Macedo Bastos, disse que chegou o momento de “passar as ferrovias a limpo”. A afirmação foi feita no fórum Logística e Infraestrutura no Agronegócio, realizado ontem, em São Paulo.
Ele salientou que o governo está atualmente tratando das concessões existentes no setor. “É um tema difícil de tratar, mas temos, da parte do governo, a pretensão de renovar esses contratos que vencem daqui 12 anos”, argumentou. Segundo Bastos, “temos de passar a ferrovia a limpo; não adianta dizer que existem milhares de quilômetros de ferrovia e não a utilizamos.”
Ele observou, ainda, que a Ferrogrão pode dar um impulso à logística do País. “Vamos ver se se vamos ter investidores para isso”, afirmou. A Ferrogrão é uma ferrovia desenhada por um grupo de investidores (Bunge, Cargill, Maggi e Louis Dreyfus) do Centro-Oeste.
Para o presidente executivo da Associação Nacional dos Usuários do Transporte de Carga (Anut), Luiz Baldez, a “logística brasileira é ineficiente e cara”. No caso das ferrovias, o problema é precificar o frete pelo rodoviário. Baldez citou que falta no Brasil uma integração entre as malhas ferroviárias e há divergências em relação ao direito de passagem, que permite o compartilhamento de um trecho concedido.
O diretor executivo da Associação Nacional dos Transportadores Ferroviários (ANTF), Fernando Paes, diz que de acordo com os próprios dados do governo o custo do frete ferroviário equivale a 50% do rodoviário, R$ 78,96 ante R$ 140,00 a tonelada por quilômetro útil. Para Paes, a expectativa é que, com a renovação das concessões, o passivo do setor seja solucionado.
Fonte: Estadão