A Vale surpreendeu o mercado ao anunciar, ontem, um programa de recompra de ações no valor de US$ 1 bilhão, que será executado ao longo de um ano. A redução do endividamento da companhia, para US$ 11,5 bilhões em 30 de junho, e a forte geração de caixa da mineradora foram determinantes na decisão de lançar o programa de recompra, o que não ocorria desde 2011.
O presidente da Vale, Fabio Schvartsman, disse ao Valor que aplicar em suas próprias ações é o melhor investimento que a empresa pode fazer neste momento. “Estamos criando valor para a empresa”, disse Schvartsman. A Vale também anunciou o pagamento de dividendos de US$ 2 bilhões em 20 de setembro, referentes ao primeiro semestre, a maior remuneração semestral desde 2004.
Segundo Schvartsman, a recompra de ações permite à empresa preservar a política de dividendos anunciada neste ano, que prevê a remuneração dos acionistas com o equivalente a 30% do lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda), menos o investimento corrente – o Ebitda do segundo trimestre atingiu R$ 14,2 bilhões. A ideia foi assegurar a credibilidade da política de dividendos. De qualquer maneira, a Vale poderá, eventualmente, vir a pagar dividendos extraordinários, disse Schvartsman.
A mineradora encerrou o segundo trimestre com lucro de R$ 306 milhões e lucro líquido recorrente, que exclui fatores atípicos, de R$ 7,5 bilhões. A receita líquida da companhia entre abril e junho foi de R$ 31,2 bilhões, 33,7% acima dos R$ 23,363 bilhões registrados em igual período do ano passado. O resultado foi 11,8% maior que no primeiro trimestre de 2018 (R$ 27,932 bilhões).
Fonte: Valor Econômico