O volume recorde de vendas de minério de ferro e pelotas registrado pela Vale no primeiro trimestre do ano confirmou o bom momento da companhia. As vendas no negócio de ferrosos atingiram 84,3 milhões de toneladas, o melhor resultado para um primeiro trimestre, superando previsões de mercado. A produção de minério de ferro, por sua vez, caiu 5% em relação ao primeiro trimestre do ano passado, situando-se em 82 milhões de toneladas entre janeiro e março de 2018, como resultado de uma estratégia deliberada da empresa.
Em relatório, a Vale afirmou que a queda na produção foi motivada por dois fatores: as chuvas mais intensas do período e, sobretudo, a decisão tomada ano passado de reduzir os volumes de extração de minério de ferro de baixa qualidade. A empresa afirmou que essa estratégia reforça a sua posição como produtor “premium” (de minério com maior teor de ferro), o que resulta em maior realização de preços e na melhor margem desde o primeiro trimestre de 2017.
O Bradesco BBI disse em relatório que o preço de realização preliminar no negócio de minério ficou em US$ 74,4 por tonelada, levemente acima da previsão do banco. A instituição avaliou como “sólidos” os resultados operacionais de produção para o segmento de ferrosos divulgados ontem.
Um dos destaques do primeiro trimestre foi o crescimento na produção do S11D, empreendimento que entrou em operação no fim de 2016 no Pará, agregando minério de alto de ferro ao mix de produção da empresa. No total, a produção de minério de ferro no sistema Norte da Vale atingiu 40,6 milhões de toneladas no primeiro trimestre, alta de 12,9% sobre igual período de 2017. Em compensação, houve queda de 21,1% e de 13,8% nos sistemas Sudeste e Sul, respectivamente, em Minas Gerais.
A corretora Itaú BBA previu que a Vale deve apresentar “sólidos” resultados quando a companhia divulgar o balanço financeiro do primeiro trimestre dia 25 deste mês. Para a corretora, os bons preços do minério de ferro devem compensar de forma parcial menores embarques da própria commodity, pelotas, carvão, níquel e cobre. Para a corretora, os preços realizados pela Vale no primeiro trimestre devem ser positivamente impactados por dois fatores: maiores preços médios no mercado à vista e prêmios mais altos para o produto de maior qualidade.
Ontem, no relatório de produção, a Vale mostrou gráfico que evidencia os prêmios pagos aos minérios de mais alta qualidade, aqueles com teor de ferro entre 62% e 65% por tonelada. Esse tipo de produto tem prêmio que se situa em US$ 17 por onelada, enquanto os minérios mais pobres, com teor entre 58% e 62%, são descontados em US$ 27 por tonelada. A produção de minérios mais ricos ajuda as siderúrgicas a aumentar a prodNo relatório, a Vale informou que o seu mix de vendas recebeu o impacto positivo do “ascendente” prêmio de mercado. O prêmio médio FOB realizado pela empresa ficou em US$ 5,2 por tonelada no primeiro trimestre, bem acima dos US$ 2,3 por tonelada de igual período do ano passado. A Vale reafirmou a sua meta de produção deminério de ferro para 2018, na faixa dos 390 milhões de toneladas.
No níquel, a produção da Vale totalizou 58,6 mil toneladas, com queda de quase 18% em relação a igual período de 2017. O resultado está dentro da lógica de colocar as minas menos competitivas em manutenção no Canadá.