Para atender a demanda crescente da indústria e do agronegócio por transporte ferroviário de carga, a despeito do crescimento modesto da economia brasileira neste ano, a VLI Valor da Logística Integrada, empresa que controla a Ferrovia Centro-Atlântica (FCA), reservou investimentos de R$ 39,4 milhões para construir e ampliar pátios de cruzamento de trens em Minas Gerais. São 13 projetos no estado incluídos num pacote de recursos de R$ 73,4 milhões, com previsão de desembolso desde fevereiro até o fim de 2014, beneficiando ainda a infraestrutura da FCA em São Paulo e Goiás.
As obras permitirão aumentar o tamanho das composições que circulam nos corredores da ferrovia e dinamizar o volume transportado. Os pátios são uma importante via de mão dupla, em que é feita a manobra de um trem para que a via principal seja liberada para a outra composição, nas ferrovias de linha singela, como é o caso da FCA.
A operadora é concessionária de 8.023 quilômetros que pertenciam à extinta Rede Ferroviária Federal, passando por 316 municípios em sete estados brasileiros. Os investimentos reforçam a capacidade de atendimento de corredores prioritários em Minas Gerais, com destino a Vitória (ES), que já demandam e têm potencial para aumentar o transporte de grãos, particularmente soja e milho, e de insumos industriais, como coque metalúrgico, chapas de aço e combustíveis, informa o gerente de Planejamento da VLI, Fernando Alcântara. “Esses dois segmentos vêm mostrando crescimento dos negócios e temos uma necessidade muito grande de capacitar o sistema de logística para que venha a reboque uma expansão mais estruturada da indústria”, diz o executivo da VLI.
Os 24 pátios de cruzamento que a FCA terá até o próximo ano vão proporcionar maior movimentação em três corredores logísticos da empresa. No trecho Minas-Bahia, que faz a ligação ao terminal integrador de Pirapora, no Norte de Minas, passarão a circular composições com 60 vagões, num acréscimo de 20 unidades. Os pátios dos corredores Centro-Leste, conectados ao Porto de Tubarão, no litoral capixaba, e Centro-Sudeste, interligado ao porto de Santos (SP), atenderão trens de até 90 vagões, 30 a mais que a movimentação atual.
Os projetos requerem a construção de quase 19 quilômetros de via permanente, dos quais 11,9 km de linha em Minas, que vão consumir 30 mil dormentes e 1.075 toneladas de trilhos. Para dar uma ideia do que a ampliação representa, Alcântara lembra que cada composição passa a rodar com seis locomotivas e 85 vagões cada uma, em média, sendo dois trens à frente, dois no meio e dois atrás, as quatro últimas máquinas operadas remotamente. Do conjunto de pátios em Minas, a VLI concluiu seis projetos, conduz outros quatro e definiu o início de três obras para fevereiro de 2014, período em que serão gastos R$ 8,8 milhões. O cronograma elegeu, de acordo com o gerente de Planejamento da FCA, os trechos que enfrentam os maiores gargalos na direção dos portos de Vitória (ES) e de Santos (SP): Uberlândia, no Triângulo; Corinto, Curvelo e Araçaí, na Região Central do estado. Estão em obras pátios em Divinópolis, Bambuí e Carmo do Cajuru, no Centro-Oeste de Minas; e em Araguari, no Triângulo. Para 2014, ficaram os de Santos Dumont, na Zona da Mata; Araguari e Iguatama, no Centro-Oeste. De janeiro a setembro, a FCA transportou 12,982 milhões de toneladas por quilômetro no corredor Centro-Leste, que corta Minas Gerais, volume 12% superior ao do mesmo período do ano passado. Cerca de 40% deles são de graneis agrícolas.
Fonte: O Estado de Minas